lunes, octubre 31, 2011

Olmedo de Camaces

Son muchos los Bernal y Morante que hay encontrado en los registros del archivo parroquial de Olmedo. Entre ellos, más un hermano de mi abuela María Teresa que desconocía. Probablemente murió pequeño, porque nadie me ha hablado del y, por ahora, yo estoy solamente pesquisando los registros de bautismo.

Lo que es curioso es que todos mis primos - y son muchos en Salamanca, Valladolid y Vigo (los de Madrid pasaran a Venezuela y México) – son descendientes de los Morante Bernal. No tengo familiares – conocidos – de mis Menéndez López asturianos.


Como prometido ayer, voy a terminar esta pequeña historia familiar luso-española pidiendo disculpa por la misma seguir en portugués.

Conclusão:
Mas havia algo mais, devido à amizade dos seus superiores “de los serviçios de la explotación y del movimiento de los ferrocarriles S.F.P.”

Ao mesmo tempo que escrevera o documento atrás mencionado, o chefe de movimento do caminho de ferro da S.F.P., escreveu uma outra carta para o seu homólogo português da linha do Douro, (esta, sim, foi entregue ao seu destinatário, pelo que não ficou outro testemunho que o da sua história). Nessa carta, pelas suas qualidades de trabalho, inteligência e correcção (além do domínio falado e escrito da língua portuguesa) era superiormente recomendado o meu avô, que nessa mesma madrugada passou a fronteira, com a cumplicidade dos seus colegas ferroviários e “ante la total ignorancia de la Guardia Civil” local.

Ainda a propósito da saída de Sancti Spíritus e da sua fuga para Portugal, para além dos factos já enunciados, penso que o meu avô José Maria teve um outro apoio substancial, refiro-me ao da família da sua mulher.

Creio mesmo que a numerosa família da minha avó, espalhada um pouco pela comarca de "El Abadengo", particularmente na região de Olmedo, teve uma influência decisiva no êxito de todo esse processo, pelas relações de amizade e cumplicidade entre uns e outros, pois o cunhado mais velho do meu avô era, ele próprio, um antigo militar, que combatera heroicamente na guerra civil. Melhor que uma descrição minha, “ouçamo-lo” nas suas próprias palavras, tal como ele deixou escrito, num momento de desespero, perante o cadáver do pai a quem já não pôde abraçar, por não chegar a tempo, à casa paterna, para o apanhar ainda com vida:

– “Padre … yo soy aquel hijo que en esa fecha ((Febrero de 1874)) toma las armas, para la defensa de nuestra querida Madre Patria, yo soy amado padre aquel hijo, que canta gloria de tu honra, se halló en la sangrienta Guerra Civil combatiendo heroicamente en el campo de batalla con el enemigo ((Carlistas)) à la defensa de nuestro malogrado Monarca S.M. El Rey D. Alfonso XII Q.E.D.”

Este cunhado do meu avô, de seu nome Valentim Morante Barreras, irmão mais velho da minha avó, primogénito do 1.º casamento de meu bisavô Manuel Morante, havia ingressado “en el benemerito Corpo de la Guardia Civil”, em Maio de 1882, sendo um dos camaradas mais respeitado por todos, entre eles, aqueles mesmos seus camaradas de armas que avisaram “el jefe D. Menéndez”.

A verdade, é que uma vez em Portugal, o meu avô arranjou, logo a seguir, lugar como telegrafista, numa estação ferroviária da Linha do Douro e, pouco tempo depois, ainda em Fevereiro ou inícios de Março, era-lhe atribuída uma outra estação, na já citada Linha do Porto à Povoa e Famalicão (línea de ferrocarril), mas agora com a função de chefia. Era a estação de Vilar do Pinheiro, aonde se lhe reuniu a esposa e o filho e aonde, dias depois, a sua mulher dava à luz uma linda menina, loura e de olhos azuis como o pai, a quem deram o nome de Maria del Carmen, Carmen como a sua tia, a cantora lírica, às quais já anteriormente nos referimos sumariamente.

Para terminar este parênteses, relativo ao meu avô, e a propósito daquela merecida reforma a que (uns conteúdos mais atrás) aludi, referia O Comércio do Porto (periódico de Oporto), na edição datada de 14 de Fevereiro de 1934:

“Foi aposentado o antigo chefe da Estação dos Caminhos de Ferro do Norte, em Leixões, sr. Menendez.
O sr. Menendez, pela correcção do seu porte, pela forma como atendia os interessados que lhe solicitavam qualquer informação, pela maneira como sabia defender os interesses da Companhia, sem provocar questões, sem irritar quem quer que fosse, o sr. Menendez, figura insinuante de velho, quási patriarcal, com a sua barba branca e a sua farda agaloada, poderia passar por um autêntico general reformado, se toda a gente não o conhecesse do seu cargo e lhe não admirasse a energia, a correcção e as faculdades de trabalho e inteligência que sempre revelou.
Foi-se embora, do seu lugar, o sr. Menendez, mas deixou, em sua substituição, outro funcionário antigo e sabedor, muito considerado na Companhia do Norte e que por certo, seguirá as passadas do seu velho antecessor.”

Uma última explicação, adicional, para a facilidade de um espanhol arranjar emprego tão rapidamente em Portugal.

Os tempos eram outros, é verdade, mas para lá dos conhecimentos e recomendações de permeio, o meu avô falava e escrevia correctamente português. Ainda em Lisboa, fizera parte do coro de S. Carlos. Talvez pelo facto das suas irmãs mais novas, Carmen e Soledad serem estrelas em São Carlos, como no São João do Porto, para já não falar dos principais teatros de Madrid e de Paris, mas certamente também pela sua voz e pelo seu português (quando não pelo seu castelhano, cantando nesta ou naquela zarzuela).

O meu pai referia, com saudade, recordar o seu pai a cantar o “Caballero de Gracia”, da zarzuela “La Gran Via” de Federico Chueca e Joaquín Valverde, enquanto fazia a barba, ou no papel de Don Hilarión, cantando “una morena y una rubia” da zarzuela “La Verbena de la Paloma” de Tomás Breton e Ricardo de la Veja.

Infelizmente, não desfrutou muito da merecida reforma. Faleceu em Vila Nova da Telha, concelho da Maia, a 20 de Abril de 1936 – um português que nunca deixou de ser espanhol e cuja nacionalidade manteve fielmente até ao fim.

Os seus restos mortais foram, mais tarde, trazidos pelo meu pai para Lisboa e depositados no jazigo da família no cemitério do Alto de São João.

Y … termine.

Te pido disculpa por esta longa historia, pero para quien, como tú, le gusta la historia y la genealogía me permití copiarla y dejarla aquí.

Pero hablemos de mis últimas pesquisas genealógicas.
Tengo ya reunidos en mis esquemas genealógicos más de cien nombres de los Bernal (antiguamente se escribía Vernal), todos de la misma familia de Olmedo.
Yo conocía los nombres de mis antepasados, Morante Bernal, hasta mis trisabuelos, por los documentos familiares, pero desconocía para arriba y para los lados.

Sabía que mi abuela era la hija mayor del segundo casamiento de sus padres y conocía los nombres de 4 hermanos (los abuelos de mis primos de Salamanca, Valladolid, Vigo y de los que pasaran a México y Venezuela), pero desconocía los otros 8 hermanos que ahora encontré. También estaba cierto cuando pensaba que estos mis bisabuelos eran primos, ambos Bernal, aunque mi bisabuelo Manuel Morante (*3-X-1820) no tuviese el apellido Bernal de su madre Valentina Bernal (*3-XI-1795). Esta última Valentina era hija de Tomas Bernal y de Teresa Hernández y nieta paterna de Bernardo Bernal y Geronima Jui. Todos de Olmedo.


La sorpresa ha sido cuanto a los Morante.
Mi bisabuelo Manuel nació en Olmedo, pero su padre Pedro Morante ya era de Bogajo, como sabes muy cerca de Olmedo. Pero su abuelo (mi 4.º abuelo) Manuel Morante era de muy lejos de ahí. Nació en Cervera de Pisuerga, junto a la Cordillera Cantábrica, a una distancia de 116 km de la capital provincial de Palencia.
Pero aunque no llegué ahí. Aunque “estoy” por Olmedo, por los años de 1794.


Dime después cuál es tu ramo de los Bernal.
¿Son de los de Olmedo?

Entre aquellos cien nombres de que he hablado, muchos dellos deben ter tomado el apellido paterno. Yo los consideré Bernal, por sus madres seren Bernal, pero, al igual de aquí en Portugal, en esos tiempos los varones seguían, cuasi siempre, el apellido paterno y las hembras lo materno.


Saludos cordiales,

José Filipe

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